Minha primeira vez!

Ontem, comprei minha primeira máquina de costura e estou feliz como criança no parque. Estou pensando no que farei da vida quando me aposentar daqui uns 10 anos. Gostaria de viajar o mundo e continuar produzindo coisas que me representem e mexam com a minha criatividade e meus movimentos massageadores e transformadores. Minhas mãos não se aposentarão espontaneamente! Jamais!
Casualmente, quando resolvi fazer um curso de pintura em tela para voltar a pintar, esbarrei com uma artista polivalente que além do curso de pintura, dá aulas de costura, artesanato e outras tantas coisas.
Pois é, a Rubenita Portal fez o meu coração acelerar e acordou a lua em gêmeos que mora em mim, um aspecto astrológico que me emburra a fazer mil coisas ao mesmo tempo e ter fôlego para mil outras. Já estou inscrita no curso de costura.
Decidi que daqui a algum tempo terei minha própria grife de roupas e em alguns meses estarei vestindo somente modelos criados por mim. Boa maneira de derminar os dias no mundo fenomênico: Viajar mundo afora costurando, vendendo meus modelitos internacionais, numa elegância que vai dar inveja. Sonhar não custa nada e nos mantém ativos, produtivos e mentalmente sãos.
Nunca costurei para valer em máquinas, principalmentes estas modernas que só faltam interromper o trabalho e gritar: " Você fez errado, humana imperfeita!". Mas tenho um boa experiência com toda a engrenagem e procedimentos da costura porque quando criança minha mãe me deixava brincar na máquina dela. Ela enchia a bobina, colocava a linha na agulha e eu fingia que pilotava um carro de corrida e fazia grandes curvas, marcha-ré e ziguezagues alucinantes, tendo o pedal por acelerador.
O resultado destas brincadeiras aparece agora, 40 anos depois. Assim que abri minha linda máquina toda branquinha, já sabia perfeitamente como encher a bobina, enfiar a agulha e dirigir na reta em disparada. Brinquei boa parte da noite, lembrando a piloto imaginária que fui.
Agora, preparo-me para grandes circuitos, curvas sinuosas e ralis, montada na minha possante Singer 2250.
Minha mãe nem imaginava o bem que me fez ao dar asas a minha imaginação e criatividade!